segunda-feira, 15 de abril de 2013

E a saúde dele? O futuro vai dizer. Hoje eu preciso comer.





Hoje não será dia de informação. Há duas semanas eu venho pensado sobre o assunto, mas somente agora consegui sentar para discutir. 

Você sabe a diferença entre alimentos e produtos? Vou explicar:

Produtos é quando há uma tabela nutricional e uma lista de ingredientes ou composição. Por exemplo: uma caixa de cereal é um produto, pois lá você encontra uma tabela com vários nomes com as suas devidas porcentagens, e mais embaixo, um pequeno texto escrito: " este produto contém: açúcar, corante, amido, e etc.".

Um alimento é quando você vai ao mercado e compra batata, cenoura, laranja, enfim, geralmente não vem com o texto "ingredientes" ou uma tabela nutricional. Eu pelo menos nunca vi uma cenoura que continha a porcentagem de betacaroteno etiquetado nela.

O que quero expor e chamar a atenção aqui são os preços. Você já parou para observar qual o custo de um suco de frutas natural e um "suco" de frutas de pozinho?

O quilo de uma fruta para fazer um suco pode chegar cinco vezes ou mais do preço de um sachê de suco de frutas que rende 1 L. 

Eu nunca vou entender esta lógica. Como um alimento que apresenta substâncias naturais pode ser bem mais caro do que um produto que tem: corantes, extrato da fruta desidratada, conservantes, sódio, açúcar entre outras coisas? Agora me diz, um brasileiro que ganha somente um salário mínimo por mês, vai escolher qual opção? O mais barato é lógico. E a saúde dele? O futuro vai dizer. Hoje eu preciso comer.

A realidade é essa: economizamos hoje, mas daqui alguns anos gastaremos com remédios para diabetes tipo 2 , hipertensão, gastrite e outras tantas doenças agravadas não somente pelo estilo de vida que levamos, mas pelo o que nos alimentamos. 

Neste momento, surge alguém e pergunta: " Mas o mundo é cheio de porcaria. E os agrotóxicos das frutas?"

Sim, os agrotóxicos das frutas e legumes fazem mal, os antibióticos dos frangos e carnes também. E nesse momento eu lhe aconselho: “ coma os orgânicos”.

Sim! Eu vou apanhar em praça pública, porque os alimentos orgânicos são absurdamente mais caros e até aqueles que podem pagar reclamam. E ficamos por isso mesmo. Aceitando o que nos oferece.

Como sou otimista, acredito que para isso também tem jeito. Eu não vou sugerir você parar de comer ou beber aquele ou esse produto, porque agora vou apanhar dos fabricantes que não querem ter prejuízo. Mas, não seria uma boa ideia, você começar a escolher alimentos mais naturais? Mesmo você que tem salário baixo que nem eu, e fica economizando para comprar uma roupa cara ou um carro do ano, por que não investir na sua saúde hoje, para proteger o seu futuro?

Então aparece alguém e fala: “Ah a mas é vida é curta, temos que ter prazer hoje! Vou almoçar no fast-food (sem citar nomes)”.

Sim, a vida é curta demais para ficar sofrendo com essas mazelas.

Sim, os alimentos orgânicos são caros, então compra os não orgânicos e lave bem as cascas e remova as sementes.

Não, nem tudo é porcaria. Se todos começarem a quebrar esse paradigma de que “vou comer qualque coisa, porque tudo faz mal mesmo”, produtos de ótima qualidade vão surgir mais. A oferta será maior, porque a procura será maior.

Eu vou parar hoje por aqui. Não esqueci do pobre do tomate não, mas se você quiser boicotá-lo para abaixar o preço, existem outros alimentos ricos em licopeno, como o morango, pimenta vermelha, melancia, goiaba...    


Barbara Bruna